sábado, 14 de março de 2009

DESAFIO 2

DESAFIOS

QUESTÃO

Problema da laranja
Possuo 9 laranjas e sei que uma delas está estragada e mais leve. Todas as outras têm o mesmo peso. Usando uma balança de dois pratos e com apenas duas pesagens, como posso descobrir a laranja estragada?

MEDINDO NOSSOS CONHECIMENTOS

QUESTÃO 1
De acordo com os PCN’s – Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino de Matemática a resolução de problemas contribui para a formação do pensamento matemático, bem como, para a formação da cidadania. Para que isso ocorra, eles devem apresentar situações da vida prática, pois assim dá mais significado à disciplina e contribui para despertar o interesse e participação dos alunos.
Numa avaliação externa de anos anteriores foi apresentado para a 4ª série o problema a seguir:
Esta é a planta de uma casa que foi construída num espaço aproximado de 11m de largura por 13m de comprimento como mostra a figura. Veja a legenda ao lado para compreendê-la melhor. Esta residência foi construída num terreno que possui 13m de largura por 15m de comprimento.
A = residência
B = piscina
C= casinha de boneca
D = área de varanda
E = lavanderia


C


B

A D



E



Pede-se:
- A área das figuras A, B, C, D e E.
- A área total da parte construída na residência.
- Qual é a área do terreno ainda sem construção?

QUESTÃO 2
Desafio do fim de semana


Animado com o fim de semana, João da Bola resolveu dar um pulinho no clube para jogar futebol. Ligou para todos os amigos, mas nenhum podia acompanhá-lo.
Sem desanimar, vestiu o uniforme do time do coração, pegou as chuteiras e a bola e pensou: "Vou sozinho. Quem sabe não encontro alguém por lá?”
Chegando ao clube, encontrou quatro crianças conversando perto da piscina e tratou de se enturmar. Conversa vai, conversa vêm, os cinco descobriram que moram no mesmo bairro e têm uma paixão em comum: o esporte.
Lendo com atenção as dicas abaixo, você saberia indicar qual é o esporte praticado por cada um, a rua em que eles moram e a cor da roupa de banho que estavam usando?
- Paulinho estava usando uma sunga azul.
- A criança que joga vôlei mora na Rua das Joaninhas e usa roupa de banho amarela.
- Mimi não faz ginástica olímpica nem gosta de amarelo.
- Um dos meninos faz natação e mora na Rua da Pedra Preta.
- Zeca não está de sunga vermelha nem mora na Travessa das Ruínas.
- A menina que faz ginástica olímpica usa biquíni verde e não mora na Avenida dos Leões.
- A pequena judoca usa roupa de banho vermelha.

NOME RUA COR DA ROUPA DE BANHO ESPORTE
Paulinho Azul
Mimi
Zeca
Lalá

QUESTÃO 3
Problema é toda situação que requer do indivíduo raciocínio para resolvê-la. Problema matemático é toda situação que requer do indivíduo um raciocínio matemático para resolvê-lo. Leia com atenção cada situação Matemática apresentada abaixo e resolva-as:

Problema do fazendeiro

Um fazendeiro que vive num terreno de forma quadrangular decide aposentar-se. Ele retém para si um quarto do terreno, como na figura, e doa o resto para seus quatro filhos. Como se pode dividir o terreno a ser doado de modo que cada filho receba porção de mesmo tamanho e mesma forma?


QUESTÃO 4
Problema da laranja
Possuo 9 laranjas e sei que uma delas está estragada e mais leve. Todas as outras têm o mesmo peso. Usando uma balança de dois pratos e com apenas duas pesagens, como posso descobrir a laranja estragada?

QUESTÃO 5
DESAFIO NUMÉRICO
Dispor os algarismos de 1 a 6 nos pequenos círculos que estão em cada circunferência maior seja constante e igual a 14

MEDINDO NOSSOS CONHECIMENTOS

QUESTÃO 1
De acordo com os PCN’s – Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino de Matemática a resolução de problemas contribui para a formação do pensamento matemático, bem como, para a formação da cidadania. Para que isso ocorra, eles devem apresentar situações da vida prática, pois assim dá mais significado à disciplina e contribui para despertar o interesse e participação dos alunos.
Numa avaliação externa de anos anteriores foi apresentado para a 4ª série o problema a seguir:
Esta é a planta de uma casa que foi construída num espaço aproximado de 11m de largura por 13m de comprimento como mostra a figura. Veja a legenda ao lado para compreendê-la melhor. Esta residência foi construída num terreno que possui 13m de largura por 15m de comprimento.
A = residência
B = piscina
C= casinha de boneca
D = área de varanda
E = lavanderia


C


B

A D



E



Pede-se:
- A área das figuras A, B, C, D e E.
- A área total da parte construída na residência.
- Qual é a área do terreno ainda sem construção?

QUESTÃO 2
Desafio do fim de semana


Animado com o fim de semana, João da Bola resolveu dar um pulinho no clube para jogar futebol. Ligou para todos os amigos, mas nenhum podia acompanhá-lo.
Sem desanimar, vestiu o uniforme do time do coração, pegou as chuteiras e a bola e pensou: "Vou sozinho. Quem sabe não encontro alguém por lá?”
Chegando ao clube, encontrou quatro crianças conversando perto da piscina e tratou de se enturmar. Conversa vai, conversa vêm, os cinco descobriram que moram no mesmo bairro e têm uma paixão em comum: o esporte.
Lendo com atenção as dicas abaixo, você saberia indicar qual é o esporte praticado por cada um, a rua em que eles moram e a cor da roupa de banho que estavam usando?
- Paulinho estava usando uma sunga azul.
- A criança que joga vôlei mora na Rua das Joaninhas e usa roupa de banho amarela.
- Mimi não faz ginástica olímpica nem gosta de amarelo.
- Um dos meninos faz natação e mora na Rua da Pedra Preta.
- Zeca não está de sunga vermelha nem mora na Travessa das Ruínas.
- A menina que faz ginástica olímpica usa biquíni verde e não mora na Avenida dos Leões.
- A pequena judoca usa roupa de banho vermelha.

NOME RUA COR DA ROUPA DE BANHO ESPORTE
Paulinho Azul
Mimi
Zeca
Lalá

QUESTÃO 3
Problema é toda situação que requer do indivíduo raciocínio para resolvê-la. Problema matemático é toda situação que requer do indivíduo um raciocínio matemático para resolvê-lo. Leia com atenção cada situação Matemática apresentada abaixo e resolva-as:

Problema do fazendeiro




QUESTÃO 4
Problema da laranja
QUESTÃO 5

quarta-feira, 11 de março de 2009

RELATO DE EXPERIÊNCIA

RELATO DE EXPERIÊNCIA:
INCLUSÃO MATEMÁTICA: UMA POSSIBILIDADE REAL
Eliane Elias Ferreira dos Santos
Íris D’arc da Silva Pacheco

Respeitar as diferenças individuais e a diversidade cultural existente é uma exigência não só na escola, mas também na sociedade e configura-se como um grande desafio para nós educadores. Entendendo que é papel da Matemática, contribuir para a inserção das pessoas no mundo do trabalho, e que esta inserção passa também por atender necessidades diárias básicas tais como fazer compras, relacionar-se conscientemente com o dinheiro, nossa experiência consiste basicamente em romper com as barreiras de memorização da tabuada e utilizar a calculadora como recurso didático-pedagógico. Este trabalho é um relato de experiência, considerada bem sucedida, de incluir uma criança portadora de necessidade especial.
Entendemos que todos os seres humanos possuem necessidades especiais, mas aqui, para efeito deste relato, estamos nos referindo às crianças que não conseguem Ter uma aprendizagem satisfatória, do ponto de vista do professor. O nosso foco é uma criança que aparentemente demonstra construir os conhecimentos no momento das discussões coletivas. Entretanto, os sabores não são por ela apreendidos, são “perecíveis” pouco duradouros.
A referida aluna não consegue memorizar e socializar o que aprendeu, sua capacidade de retenção é apenas momentânea. Este fato é mais evidente no que diz respeito á construção dos fatos fundamentais e sua utilização nas quatro operações básicas (adição, subtração, multiplicação e divisão). Houve um tempo em que memorizar a tabuada (“saber de cor”) era condição sine qua non para o êxito na Matemática e consequentemente na escola, já que grande parte do fracasso escolar era (e ainda é) atribuída a esta disciplina. Felizmente pesquisas têm apontado novos caminhos para a construção do conhecimento matemático.
Entre as novas tendências para “fazer matemática” de forma significativa, na sala de aula está a utilização de recursos tecnológicos. Decidimos então, colocar a tecnologia a favor do conhecimento: sugerimos que a aluna utilizasse a calculadora para fazer as operações. Devido a popularização dos preços a calculadora tornou-se um recurso de fácil aquisição, o que viabiliza nossa decisão. Nosso objetivo era que o esforço mental se concentrasse nas estratégias para a solução das situações-matemáticas, evitando um desgaste emocional por não conseguir efetuar as operações.
É importante ressaltar que os sabores prévios adquiridos pelo senso comum, associados a alguns saberes que a aluna tinha construído na escola permitia, na maioria das vezes, que ela criasse estratégias próprias para a solução das situações-matemáticas, ficando impedida de concretizar a solução pela ausência dos fatos fundamentais. Queremos registrar também, que não se trata do uso indiscriminado da calculadora, as atividades propostas são contextualizadas, baseadas em fatos cotidianos reais, buscam integrar o ser humano na sociedade numa perspectiva de construção efetiva da cidadania.
A utilização monitorada, diversificando as formas de resolver as operações matemáticas, é uma tentativa de evitar a dependência deste recurso em detrimento do raciocínio e da criatividade. O que nos levou a ter esta atitude foi entre outras razões a percepção humana da situação: pois se trata de uma criança negra, pertencente a uma camada sócio-econômica menos favorecida, se não tentássemos incluí-la, estaríamos colaborando, com toda certeza, para sua exclusão da escola. Não sabemos o que acontecerá com ela nos anos vindouros, mas nós que nesse momento nos responsabilizamos por ela, certamente não contribuímos para o seu fracasso. Esse sentimento desmotiva e entristece o aluno, ao contrário, a possibilidade de sucesso cria novas expectativas, estimula e estabelece um novo pacto com a construção do conhecimento. É a possibilidade rela de integrar o grupo. Para nós, educadoras, representa a oportunidade de mostrar que é possível respeitar as diferenças e trabalhar a partir delas, constatando que elas enriquecem o grupo. No caso relatado, temos observado que a criança melhorou sua auto-estima por que tem tido resultados mais satisfatório. Acreditamos ter encontrado um caminho possível para a inclusão desta aluna. Pensamos que aceitar passivamente o fracasso desta (e de muitos outros) alunas (os), é aceitar o nosso próprio fracasso, a nossa própria estagnação enquanto educadoras.

GEOMETRIA COM CANUDOS

GEOMETRIA COM CANUDOS

A geometria é, freqüentemente, ensinada no quadro negro ou através de Icosaedro montado com canudoslivros didáticos. Quando se trata de figuras planas esse método não representa grande dificuldade para o aprendizado da criança. Mas o mesmo não se pode dizer quando se deseja ensinar os elementos da geometria espacial. Portanto, neste material, sugiro a utilização de canudos de refrigerante na montagem de estruturas geométricas, como a mastrada na figura ao lado.

Pode-se ensinar geometria espacial por intermédio da montagem de sólidos, em que a criança recorta um desenho numa folha de cartolina e, através de dobraduras e colagem, monta um sólido geométrico. Porém, a atividade que é proposta aqui, além de possibilitar que a criança construa estruturas e "brinque" com a geometria espacial, torna possível a visualização de alguns elementos que na atividade com cartolina são menos notados. Estes elementos são as arestas e os vértices dos sólidos.


A estrutura mais simples para se montar é a do tetraedro (poliedro de quatro faces) que possui 6 arestas e 4 vértices. Na figura ao lado nota-se que cada aresta do tetraedro corresponde a um canudo. Portanto, para montá-lo será necessário dispor de 6 canudos de refrigerante.

Ligar um canudo ao outro pode parecer algo complicado a princípio, mas essa tarefa ficará mais fácil depois de algumas tentativas.






Para começar a construção da estrutura deve-se iniciar pela base (alicerce), que é um triângulo. Se o tetraedro é regular então o triângulo deverá ser equilátero. A construção da base começa passando-se o barbante por três canudos.



Depois de passar o barbante pelos canudos passa-se novamente pelo primeiro canudo da fileira. Desse jeito não será preciso dar um nó, ainda.


Concluída esta etapa temos a estrutura como mostrada na figura ao lado. Assim já podemos levantar o tetraedro, que também é uma pirâmide de base triangular.





Pegamos a ponta do barbante que acabamos de passar pelo canudo da base e passamos por dois outros canudos.




Em seguida passamos o barbante por mais um canudo da base. A ponta sairá na outra extremidade e poderemos passá-la pelo último canudo.


Assim como fizemos para fechar o triângulo da base, faremos para fechar o tetraedro. Ou seja, passaremos mais uma vez o barbante por dentro do canudo mostrado na figura ao lado. Para que a estrutura fique bem firme é interessante passar o barbante duas vezes pelo mesmo canudo.





Com isso as extremidades adjacentes dos canudos ficarão conectadas.Em vez de usar barbante para unir os canudos pode-se usar bolinhas de isopor ou massa de modelar.



Outro poliedro que pode ser montado é o cubo (hexaedro). Ele tem 6 faces e 12 arestas, necessitando, assim, de 12 canudos. Porém a estrutura não ficará estável, ou seja, ela não fica de pé facilmente. Sendo preciso fazer várias conexões entre os vértices opostos.

Já a pirâmide de base quadrada fica de pé, mas se manuseada ela pode deformar-se. Para construí-la serão necessários 8 canudos.





Construindo um Dodecaedro com Canudos

Um dodecaedro é um poliedro regular de 12 faces, e cada face é um pentágono de lado l. Como cada pentágono possui 5 vértices, teríamos 5·12 = 60 vértices. Mas podemos perceber que três pentágonos compartilham o mesmo vértice, resultando em 60/3 = 20 vértices ao todo.
O mesmo procedimento é utilizado para as arestas: temos 5 arestas em cada pentágono, o que resultaria em 5·12 = 60 arestas no dodecaedro. Contudo, notamos que dois pentágonos são ligados pela mesma aresta. Assim teremos 60/2 = 30 arestas neste sólido.

Há muitas maneiras de se construir um dodecaedro. Porém um jeito que achei mais interessante é através da estrutura montada com canudos de refrigerante. De início se nota que cada aresta corresponderá a um canudo, ou seja, 30 canudos. Todavia, dependendo do método que se usa para unir estes canudos, a estrutura não ficará estável e o seu dodecaedro poderá virar um "tortaedro".
Eu usei barbante passando pelos canudos para construir a estrutura. Mas, para a estrutura ficar firme, precisei ligar todos os vértices ao centro do dodecaedro, como mostrado na figura ao lado.

Para essa brincadeira precisei de mais 20 canudos! Um para cada vértice. Ao todo será necessário usar 50 canudos e muito barbante. Contudo, os canudos têm comprimentos diferentes. Veja a figura ao lado:





A construção começa pela base, que é um pentágono, e depois levantamos a pirâmide. Mas não é uma pirâmide qualquer, pois o dodecaedro deverá ter no fim do processo 12 pentágonos iguais, e para que isso ocorra esta pirâmide deverá ter uma altura específica.
Através das características do pentágono podemos encontrar a apótema a e a distância b do centro ao vértice do pentágono.



Depois de alguma álgebra é possível concluir que a altura h da pirâmide vale:

Lembre-se que l é o lado do pentágono, e também o comprimento dos canudos que formam as arestas. Por fim, utilizando Pitágoras, encontramos o comprimento dos canudos que ligarão os vértices como sendo de 1,4·l, ou seja, se você for construir um dodecaedro de arestas medindo 20 cm, então os canudos internos deverão medir 1,4·20 = 28 cm.
Lista de materiais:

o
30 canudos de comprimento l para as arestas;
o
20 canudos de comprimento 1,4·l, para a estrutura interna;
o
no mínimo um barbante de comprimento 116·l, que corresponde a duas passadas em cada canudo;
o
e muita paciência.

Em seguida são apresentados alguns poliedros que podem ser construídos com canudos:

Pirâmide de base quadrada Pirâmide de base pentagonal Octaedro






Pirâmide de base pentagonal



Octaedro

5 faces;

5 vértices;

8 arestas;

e 8 canudos para construí-la.



6 faces;

6 vértices;

10 arestas;

e 10 canudos para construí-la.

8 faces;

6 vértices;

12 arestas;

e 12 canudos.

Decaedro



Dodecaedro



Icosaedro

10 faces;

7 vértices;

15 arestas;

e 15 canudos para montá-lo.
12 faces;

20 vértices;

30 arestas;

e 50 canudos (30 das arestas e 20 dos vértices). Muita paciência também é necessária.
20 faces;

12 vértices;

30 arestas;

e 30 canudos.



Para finalizar, a título de curiosidade, o teorema de Euler sobre poliedros pode ser uma brincadeira interessante.
Segundo este teorema, se pegarmos um poliedro de F faces, V vértices e A arestas, teremos a seguinte relação: F + V – A = 2.

Mas, será que funciona mesmo? Vamos ver:

Tetraedro: F = 4, V = 4, A = 6: F+V-A = 4+4-6 = 2;
Pirâmide de base quadrada: F = 5, V = 5, A = 8: F+V-A = 5+5-8 = 2;
Cubo: F = 6, V = 8, A = 12: F+V-A = 6+8-12 = 2;
Octaedro: F = 8, V = 6, A = 12: F+V-A = 8+6-12 = 2;
Decaedro: F = 10, V = 7, A = 15: F+V-A = 10+7-15 = 2;
Dodecaedro: F = 12, V = 20, A = 30: F+V-A = 12+20-30 = 2;
Icosaedro: F = 20, V = 12, A = 30: F+V-A = 20+12-30 = 2.

TANGRAN

O Tangran é um quadrado formado por sete peças,
com ele podemos representar as mais diversas figuras,
como animais, plantas e objetos.

MODELO ORIGINAL DE TANGRAN



Lenda ________________________________________
"Conta a lenda que um jovem chinês despedia-se de seu mestre, pois iniciara uma grande viagem pelo mundo. Nessa ocasião, o mestre entregou-lhe um espelho de forma quadrada e disse:
- Com esse espelho você registrará tudo que vir durante a viagem, para mostrar-me na volta.
O discípulo, surpreso, indagou:
- Mas mestre, como, com um simples espelho, poderei eu lhe mostrar tudo o que encontrar durante a viagem?
No momento em que fazia esta pergunta, o espelho caiu-lhe das mãos, quebrando-se em sete peças.
Então o mestre disse:
- Agora você poderá, com essas sete peças, construir figuras para ilustrar o que viu durante a viagem.
Lendas e histórias sempre cercam objetos ou fatos de cuja origem temos pouco ou nenhum conhecimento, como é o caso do Tangran. Se é ou não verdade, pouco importa: o que vale é a magia, própria dos mitos e lendas."*

*Retirado do livro: Aprender vale a pena. (1998) Módulo 2. Secretaria do Estado de São Paulo.


ATIVIDADES COM O TANGRAN

UTILIZANDO AS SETE FIGURAS DO TANGRAN, FORME AS SEGUINTES FIGURAS:


MATERIAL DOURADO

O USO DO MATERIAL DOURADO NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

O uso do material dourado em sala de aula


Introdução:

O “Material Dourado” foi criado por Maria Montessori (1870-1952), primeira mulher na Itália a formar-se em medicina. Quando encarregada da educação de crianças com deficiências, verificou que elas aprendiam mais pela ação do que pelo pensamento, desenvolveu então um método e material apropriado de ensino. Sua experiência foi muito bem-sucedida e Montessori concluiu que método semelhante poderia ter êxito com crianças normais.
O Material Dourado Montessori destina-se a atividades que auxiliam o ensino e a aprendizagem do sistema de numeração decimal-posicional e dos métodos para efetuar as operações fundamentais (ou seja, os algoritmos).
No ensino tradicional, as crianças acabam "dominando" os algoritmos a partir de treinos cansativos, mas sem conseguirem compreender o que fazem. Com o Material Dourado a situação é outra: as relações numéricas abstratas passam a ter uma imagem concreta, facilitando a compreensão. Obtém-se, então, além da compreensão dos algoritmos, um notável desenvolvimento do raciocínio e um aprendizado bem mais agradável.
O Material Dourado faz parte de um conjunto de materiais idealizados pela médica e educadora italiana Maria Montessori.
O nome ”Material Dourado” era conhecido como “Material das Contas Douradas” pois inicialmente a sua forma eram contas douradas e que hoje temos como no desenho abaixo:




O material multibase, também conhecido como material dourado, pode ser usado para explorar a estrutura do sistema de numeração; os algoritmos associados às quatro operações básicas (adição, multiplicação, subtração e divisão) com ênfase no procedimento de agrupamento; conceitos geométricos (perímetro, área, volume, etc.); e vários princípios algébricos fundamentais.

Jogo - Ganhando um bloco

Para este jogo são necessários: material multibase (qualquer base) que constituirá o banco e um dado. Podem participar do jogo dois ou mais alunos.

Procedimento:

Em cada rodada os alunos lançam o dado e pegam do banco tantas unidades quanto indica o número na face superior do dado. Os jogadores fazem a troca: unidades por barras, barras por placas e placas por cubo.

Vence o primeiro que tenha conseguido um cubo.

Responda:

– Qual é o menor número de lances necessários para ganhar uma barra? E uma placa? E um cubo?

– Qual é o maior número de lances necessários para ganhar uma barra? E uma placa? E um cubo?

– É possível obter uma barra no primeiro lance do dado?

– Qual é a chance de obter pelo menos uma barra no primeiro lance do dado?

– É possível obter duas barras no primeiro lance do dado?

Alterações no jogo

1. Usando dois dados. Os alunos pegam do banco as unidades resultante da soma dos números que aparecem na face superior dos dados.

2. Usando três dados sendo dois de cores diferentes. Os dois dados de mesma cor indicam o número de unidades que serão retiradas do banco e o outro dado indica o número de unidades que serão devolvidas ao banco. Com esta modificação na regra, o aluno poderá desfazer as trocas de placas por barras e de barras por cubos.
(Com os números indicados nos dois dados de mesma cor, o aluno poderá somá-los ou multiplicá-los, retirando do banco o resultado).

A EDUCAÇÃO E SEUS NOVOS DESAFIOS

A EDUCAÇÃO E SEUS NOVOS DESAFIOS
GUIMARÃES, Lidônia Maria

O início do século desperta-nos para uma reflexão sobre o momento da crise em que se encontra a educação. Ao nosso ver esta crise não pode ser analisada isolada do contexto sócio, político, econômico, científico e tecnológico. Estamos vivenciando um momento histórico caraterizado por mudanças significativas nos diversos setores e espaços. De um lado, a globalização econômica é acompanhada de uma verdadeira revolução científica e tecnológica, pelo desenvolvimento dos meios de comunicação que possibilitam uma maior rapidez na produção e divulgação de informações e conhecimentos. Podemos citar como exemplos o avanço da informática, da biotecnologia, da telemática, das novas formas de energia e materiais. Por outro lado, vivenciamos, contraditoriamente, a guerra, a disseminação do terrorismo, a fome, a exclusão social de milhares de pessoas que não têm acesso aos benefícios produzidos por essas mudanças científicas e tecnológicas. O mundo globalizado é cada vez mais, um mundo polarizado entre países ricos e pobres, entre povos que lutam pela preservação de sua cultura, suas crenças, língua e território e aqueles que agem a favor da dominação e submissão dos povos.
Neste contexto, devemos questionar e repensar o papel da escola, do currículo, do professor e dos processos educativos. A “escola da modernidade”, seus valores e métodos de ensino correspondem as necessidades e as exigências da sociedade atual? O que deve ser feito? O que pode ser feito? Qual seria o papel da escola no século XXI? Em outras palavras: “que educação temos e que educação queremos?”
Segundo Sacristán (1991), “refletir sobre o presente é impossível sem se valer do passado.”(p. 67). Voltando à história, podemos afirmar que o papel da escola moderna era de educar nos valores hegemônicos e transmitir conhecimentos. A forma como era feita essa transmissão foi concebida a partir da figura de um professor que “sabia” o que “convinha” aos alunos, e estes eram apenas, os receptores passivos dos conhecimentos transmitidos.
A finalidade da escola moderna, transmissora de uma cultura hegemônica, definida pela classe dominante, era formar sujeitos aptos a corresponder às exigências políticas e sociais desta classe. A escola era considerada um elemento de reprodução do sistema e o fracasso escolar do aluno era atribuído à sua falta de inteligência. Este sistema tratava os alunos como receptores homogêneos, ignorando assim, os saberes e culturas populares, em nome do progresso social.
A partir das transformações ocorridas no contexto da sociedade capitalista que atingiram as relações técnicas e sociais, surge a manifestação da crise desse modelo de educação escolar. Crise por vários fatores, como o repensar da constituição de sujeitos políticos, do monopólio cultural e pela dinâmica da produção científica e tecnológica, como analisamos acima.
A escola que antes atendia uma pequena elite, com objetivos traçados aos membros deste segmento social, foi aberta às várias camadas da sociedade. A partir desta massificação da educação escolar, no século XX, surgem também os mais variados problemas sociais no interior da escola, que passou a mediá-los através de
uma maior diversidade e flexibilidade dos objetivos e das metodologias de ensino. A passagem de um sistema escolar de elite para um sistema de massas produziu o que muitos autores chamam de fracasso escolar: evasão e repetência. Nesse processo, a condição social e cultural do professor, que antes era de status, passou a ser de um proletário, sem autonomia, pela desvalorização social, salarial e cultural sofrida. O professor passou a ser considerado um dos principais responsável pela crise. Assim, o modelo de escola, herança da modernidade, deixou de atender as exigências sociais de um novo tempo.
Passamos por uma profunda reestruturação cultural e a educação escolar enfrenta novos desafios. Por isso, questionamos que educação temos e que educação queremos?
Segundo Rigal (1991, p. 71) devemos “reforçar a escola em sua condição fundamental de produtora crítica de sentido e contribuir para que o pedagógico não seja uma mera dimensão técnico-instrumental centrada na aprendizagem individual”. Isto requer de nós, educadores algumas reflexões.
De acordo com o pensamento de Imbérnon (2000, p. 46) devemos ser capazes de “ajudar os alunos a crescerem e a se desenvolverem como pessoas, facilitando-lhes a aquisição de habilidades básicas para o desenvolvimento de conhecimento, de autonomia pessoal e de socialização.”
A escola enquanto produtora crítica de sentidos deixa de ser meramente lecionadora, transmissora de conhecimentos prontos e acabados. Ela passa a ter um papel de articuladora dos diversos saberes e espaços educativos, tais como a mídia, a família, a comunidade e os vários espaços de vivência. A escola passa a ter um papel de mobilizadora de saberes produzidos nestes diversos lugares, saberes que os alunos trazem para a sala de aula e que devem ser incorporados, discutidos, reconstruídos e sistematizados no processo de ensino e aprendizagem. Assim, a escola amplia o conhecimento e desenvolve atitudes críticas e criativas no aluno/cidadão.
Ao nosso ver a escola, o currículo e o ensino devem incorporar de forma crítica a linguagem da mídia. A imagem, enquanto veículo de transmissão cultural, põe em questão o sentido e o valor da escrita, e a escola atual, ainda tem dificuldades para articular palavras e imagens nas propostas pedagógicas.
Estas propostas deveriam introduzir além de meios para a articulação palavra/imagem, outros como o diálogo, mostrando por exemplo, os grandes avanços tecnológicos, as desigualdades, a pobreza, a exclusão, a violência e a opressão de alguns povos por outros. “As novas tecnologias da informação não substituem as práticas da leitura e da escrita, mas partem e necessitam delas (Sacristán,1991, p.82 )”.
Hoje, atribui-se ao conhecimento tecnológico e científico um papel central na sociedade e a escola é desafiada a acompanhar este desenvolvimento. Os sistemas educativos, mais devagar que o desejado, têm procurado atender a esta demanda. Isto significa que novos desafios são impostos às construções curriculares, à formação inicial, a uma melhoria significativa nas condições de trabalho, e sobretudo à formação continuada do professor.
Ao considerar que a escola tem a função de socializar, reconstruir e produzir o saber, seu papel torna-se bastante amplo. Mais do que transmitir informação, ela deve também orientar, facilitando para que cada indivíduo reconstrua seu pensamento, refletindo sobre si e sobre os demais, agindo por meio de um processo coletivo, analisando e articulando os processos e conteúdos recebidos.
A escola deve cumprir sua função de formar cidadãos críticos, contribuindo no plano público, exercendo e socializando os valores e práticas da democracia. Para efetivar uma formação cidadã é necessário abrir ou ampliar os espaços para as práticas democráticas, incluindo vários segmentos nas tomadas de decisões, fortalecendo a autonomia, definindo e evidenciando o papel da instituição escolar como elemento da esfera pública.
Nesta perspectiva, a escola constitui um espaço de debates teóricos e políticos, de produção de saberes e práticas curriculares. Segundo Garcia (1990, p. 29), “mais que um ponto de partida, a questão do currículo deveria representar um ponto de chegada, de confluências políticas setoriais, como a da formação e da valorização da carreira do professor, maior participação e atuação da comunidade na vida da escola (...)”. O currículo deve ser tratado a partir das relações entre educação, poder, identidade social, construção teórica e política e não ser tratado apenas como um instrumento técnico, neutro.. Deveria ainda, possibilitar o resgate da prática dos alunos, reconhecendo, respeitando e aceitando as diferenças culturais de cada um, salientando que a sociedade além de apresentar diversidades, apresenta também desigualdades.
A formação permanente do professor deve estar voltada para sua autonomia, para tanto, deve voltar-se para a valorização de sua prática, para sua ética, justiça social, didática, melhoria de suas condições de trabalho e eliminação dos mecanismos de controle técnico ao qual se encontra submetido, liberando-o assim, da condição de transmissor para a de transformador crítico. Desta maneira, o professor terá a possibilidade de mostrar-se emancipado e reflexivo sobre suas próprias práticas e questionador das estruturas institucionais em que trabalha. Os professores, na atualidade, encontram-se num estado de desânimo, desilusão, de desencanto e, acima de tudo, desacreditados diante da sociedade. Segundo Esteve (1987, p. 39), trata-se de um “mal-estar docente”. Uma escola produtora e crítica, requer professores críticos, bem formados e que acreditam no seu papel como sujeitos transformadores.
À pedagogia deve ser dada a ênfase de que representa uma prática política e não um simples procedimento técnico, deve ser a pedagogia do diálogo, da interação, da participação coletiva. Assim o processo ensino-aprendizagem, como dizia Paulo Freire (1994, p. 41), deve conduzir à autonomia e não a submissão cultural e política do aluno. A ênfase deve ser dada no processo, nas metodologias, no como aprender e não mais na quantidade, no “estoque” de conteúdos transmitidos. Nas palavras de Jacques Delors (1996, p.64), trata-se de “aprender a aprender”. Para Rigal (1997, p. 29): “produção dialógica e negociação cultural”, é o novo desafio.
Portanto, no atual contexto histórico a escola deve redimensionar os saberes e as práticas pedagógicas, ampliando e diversificando suas formas de atuação, promovendo trocas de experiências educativas entre diversos setores, unindo-se a outras práticas operativas e críticas dirigida a projetos relevantes à toda a sociedade. Assim, a educação escolar cumprirá um papel político-pedagógico a favor das lutas contra a desigualdade social, a discriminação racial e sexual, os conflitos religiosos e outros. A educação que queremos requer um esforço por mudanças que conduzam à construção de um mundo mais humano, ético e justo para todos!


BIBLIOGRAFIA

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